Influência do Clima Sobre o Citros

O clima é de fato um dos maiores desafios a serem enfrentados na agricultura, visto que é um fator natural e praticamente imutável. Praticamente? Sim pois com o manejo correto e utilizando as tecnologias e técnicas adequadas é possível amenizar sua influência e também evitar em parte os estragos causados.

Primeiramente quais são os estragos gerados pelo clima desfavorável a citricultura?

Os extremos sempre são prejudiciais, muito calor ou muito frio, por exemplo. As geadas são designadas como o principal risco climático em regiões de latitude e altitude altas. Ela pode causar congelamento dos tecidos vegetais, desidratação, folhas manchadas que secam e caem, frutos congelados devido a fermentação… Isso afetará o sabor do fruto, paralisa seu crescimento e ocorre uma maturação precoce.

Os danos maiores ocorrem na etapa de florescimento e frutificação que culminarão em queda de flores e frutos. Já quando a planta se encontra em estado de repouso vegetativo os danos são menores e as plantas adultas apresentam uma maior resistência do que as jovens. Plantas que foram afetadas por forte geada apresentam brotação intensa após as primeiras chuvas e climas mais elevados… Isso não é algo positivo? Não, porque estão debilitadas, assim, terão menor índice de pegamento, logo, menor desenvolvimento do fruto.

Condições de clima extremamente alto e ausência de chuvas

Estresse hídrico ou térmico é exigido pela planta para que ocorra a indução floral. Porém, o estresse extremo terá impactos negativos sobre a planta prejudicando o desenvolvimento e fixação dos frutos na planta, além da desfolha. A planta requer muito a água para que realize os processos de fotossíntese, que resultam no crescimento e desenvolvimento necessário para a produção de um fruto de qualidade.

Manejo

Deve ser feita a escolha de áreas de menor risco respeitando o zoneamento agroclimático, escolher as cultivares mais apropriadas e as combinações de copa e porta-enxerto adequadas a situação em questão. Normalmente as tangerinas são mais tolerantes ao frio. As trifoliatas, utilizadas como porta-enxerto, apresentam maior resistência ao frio e ao repouso hibernal.

Implantação de quebra vento é importante, visto que o vento em excesso pode ser prejudicial. O vento em excesso pode causar erosão, eliminação de insetos polinizadores, danos as plantas e frutos, fechamento dos estômatos (consequentemente a queda de fotossíntese), diminuição da área foliar, etc. É importante levantar os dados topográficos da propriedade e realizar as correções necessárias. Em locais mais suscetíveis as intemperes do clima deve se implantar o pomar de maneira que garanta um melhor aproveitamento do sol e evite perdas por erosão (ao analisar a declividade da área).

Açudes próximos aos pomares atuam como termorreguladores. Um solo bem nutrido, estruturado, arejado e com matéria orgânica (física, química e biologicamente equilibrado) influenciará no desenvolvimento da planta e também na manutenção da temperatura do solo, levando a manutenção da temperatura do ar por conta dos fluxos de massa de ar que ocorrem na atmosfera. Logo o manejo do solo afeta o clima.

A irrigação quando realizada de maneira correta é extremamente benéfica ao desenvolvimento da planta, porém se realizada de maneira errada pode acarretar na salinização do solo. Quando o solo fica alagado ele consequentemente fica menos arejado e o oxigênio disponível para a planta diminui causando problemas na fotossíntese.

Com alguns cuidados e entendendo os fatores climáticos que atuam no pomar é possível evitar prejuízos e potencializar os ganhos.



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